quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O tempo e a jabuticaba...

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.
Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo.
Não quero que me convidem para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.
Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que, apesar da idade cronológica, são imaturas.
Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de "confrontação", onde "tiramos fatos a limpo".
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: "as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos".
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado de Deus.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.
O essencial faz a vida valer a pena.
(Rubens Alves)

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

IRRITANTE...

Tudo me irrita...
A criança que grita,
A comida sem tempeiro,
As pessos confusas, o descompasso do berinbau.
A juventude enrolada que não acha o caminho do que é simples, do que é banal.
Me irrita a espera do que não chega e a ilusão do que nunca acontecerá.
Me irrita a utopia hermética de que tudo dará certo.
Me irrita o meu descontrole o meu entristecer de viver no vazio esperando que o vento mude, que eu não mais me ilude e que um dia eu tenha você !
(Aline Milani)

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A PERGUNTA DE TODOS OS DIAS !

"Galopamos pela vida como artistas de circo, equilibrados em dois cavalos que ...correm lado a lado a toda velocidade - com um pé sobre o cavalo chamado "destino", e o outro sobre o cavalo chamado "livre-arbítrio". E a pergunta que você precisa fazer todos os dias é: qual dos cavalos é qual? Com qual cavalo devo parar de me preocupar, porque ele não está sob meu controle, e qual deles preciso guiar com esforço concentrado?"